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Yara começa a produzir amônia com biometano

Yara começa a produzir amônia com biometano

Yara começa a produzir amônia com biometano

A norueguesa Yara passou a utilizar o biometano como substituto do gás natural na produção de amônia sustentável. De acordo com a empresa, essa mudança resulta em uma redução de 75% na pegada de carbono em comparação ao produto tradicional, que é derivado de fontes fósseis. A expectativa da Yara é produzir de 6 mil a 7 mil toneladas de amônia sustentável por ano, o que gerará cerca de 15 mil toneladas de fertilizante anualmente.

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A amônia é um dos principais insumos na fabricação de fertilizantes nitrogenados e também é utilizada em soluções industriais. O biometano, proveniente de resíduos da produção de etanol e açúcar, como vinhaça e torta de filtro, é gerado em Piracicaba (SP) pela Raízen e fornecido para a Yara, que o utiliza em seu Complexo Industrial de Cubatão, no Estado de São Paulo.

Daniel Hubner, vice-presidente de soluções industriais da Yara, afirma que a torta de filtro já é uma matéria-prima renovável por si só, e que o Brasil possui grande potencial para explorar esse recurso. Segundo ele, a conversão da planta para o uso de biometano não exigiu grandes investimentos em infraestrutura ou processos internos.

"A principal mudança foi substituir uma molécula fóssil e finita por uma molécula renovável e infinita", comenta. O valor do investimento não foi revelado.

Apesar da transição, a amônia de baixo carbono ainda representa uma parte limitada da produção total da empresa. "Para descarbonizar a planta inteira, seriam necessários mais dez projetos como esse", explica Hubner. A planta de biometano da Raízen tem capacidade para processar 60 mil metros cúbicos de metano por dia, enquanto a planta total da Yara consome 700 mil metros cúbicos diários.

Políticas de transição

Hubner também destaca que a variação no custo do gás natural ainda é um desafio para a produção de amônia no Brasil. "O custo do gás natural é fundamental para a produção de amônia e de boa parte da indústria química", afirma.

Ele defende que é necessário que as políticas de transição energética do governo se tornem mais eficazes para tornar o setor mais competitivo.

"O custo do gás no Brasil é insustentável, falamos de transição energética mas é importante que a empresa esteja viva. Por isso, dependemos que planos do governo saiam do papel e virem ação para se tornarem mais competitivos para o grande consumidor", completa.

O vice-presidente de Marketing e Agronomia da Yara, Guilherme Schmitz, afirma que, antes de expandir a produção de amônia de baixo carbono, é preciso “gerar a demanda para um mercado consumidor disposto a pagar por isso”. Para isso, a empresa busca parcerias com empresas do setor agropecuário e alimentício.

A Yara afirma esperar uma redução de 40% na pegada de carbono do café produzido na cadeia de cultivo, a partir da próxima safra, por meio de uma parceria com a cooperativa Cooxupé. Além disso, estão em negociação novas parcerias com empresas e cooperativas de café, citros e outras culturas.

Apostas internas Fonte do artigo:estatísticas dupla sena